Em 2017, o Festival Mundial de Artes Negras será realizado pela primeira vez no Brasil. Para preparar Minas Gerais para o evento, será realizado entre os dias 09 e 10 de junho o Seminário Mundial de Artes e Culturas Negras. O Seminário acontecerá no Auditório do BDMG, em Belo Horizonte, e contará com a participação de cerca de 200 pessoas, entre educadores, representantes de movimentos sociais e sociedade civil. A secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, participa da abertura do evento e da mesa “África/Diáspora: Convergências Possíveis”.
Organizado pelo Governo de Minas, por meio das Secretarias de Educação, de Cultura, e de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, e da Assessoria de Relações Internacionais, em parceria com o Comitê Curador do Seminário Mundial das Artes e Cultura Negra, o evento tem por objetivo contribuir na identificação dos desafios e possibilidades, no sentido de estabelecer espaços para o diálogo e o intercâmbio de experiências, com vistas a estreitar a aproximação dos nossos povos, dos movimentos sociais na Diáspora e em África, tecendo redes de solidariedade efetiva entre a África, Brasil, América Latina, o Caribe, Europa, Ásia e os Estados Unidos.
Durante os dois dias de evento, serão realizados debates que contarão com participantes de diferentes países como o professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, Dr. Tukufu Zuberi; o professor e representante da Rede Afro Venezuela, Diógenes Dias; a Vice Governadora da Província de Luanda, na Angola, Jovelina Imperial e a ex-ministra Chefe de Estado do Ministério das Mulheres da igualdade Racial, Nilma Lino.
A temática nas escolas
Nas escolas da rede estadual de ensino, são constantes as discussões envolvendo eixos da diversidade e a valorização da cultura negra. Sendo assim, o Seminário contará com a participação de representantes de todas as 47 Superintendências Regionais de Ensino, o que segundo a superintendente de Modalidades e Temáticas Especiais de Ensino, Iara Félix Viana, vem contribuir para a efetivação das ações já realizadas.“Os elementos da cultura africana como dos negros na diáspora oferecem à humanidade um leque de possibilidades estéticas e tecnológicas que vão desde a organização espacial a objetos de usos cotidianos. A contribuição da arte e cultura negra de modo geral para o cenário nacional só vai enriquecer cada vez mais o nosso entendimento do que é ser negro em Minas Gerais. É um ganho inclusive para a aplicabilidade da Lei 10.639”, destaca Iara.
A Secretaria de Estado de Educação (SEE) lançou no início de 2015 a Campanha AfroConsciência, que tem o objetivo de fomentar, por meio de diferentes iniciativas, ações nas unidades escolares para a superação do preconceito racial, na busca pelo reconhecimento e valorização da história e da cultura dos africanos na formação da sociedade brasileira, além de iniciativas que enfrentem o racismo e promovam a igualdade racial no âmbito educacional no Estado. A base da Campanha AfroConsciência é a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afrobrasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares no Brasil.
Além disso, Minas Gerais é o único estado brasileiro que participa de um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o governo federal brasileiro e Moçambique. Em 2015, a representante da SEE, Iara Félix Viana, integrou uma missão que teve por objetivo estreitar relações com o país e promover a troca de experiências no campo educacional. A parceria resultou na formação de 494 professores moçambicanos e para, este ano, estreitando ainda mais os laços a SEE em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) realizará oficinas no Ministério de Educação e Direitos Humanos de Moçambique para auxiliá-los na construção de uma proposta para o Plano de Carreira baseado no modelo desenvolvido nas escolas estaduais mineiras.
A Secretaria também desenvolve em parceria com o Instituto de Arte e Cultura Yorùbá o projeto ‘Educar com Arte Africana’. A iniciativa visa apresentar a cultura africana para os estudantes por meio da arte. Durante a realização do projeto, os alunos têm a oportunidade de aprender com artistas africanos um pouco mais da cultura e de participar de oficinas de artes. A culminância do projeto consiste em uma exposição de telas criadas pelos alunos. Em 2015, o projeto beneficiou cerca de três mil alunos.
A escolha do Brasil para sediar o Seminário se baliza por números expressivos: nossa nação tem a maior população afrodescendente fora do continente africano. Inspirada em festivais semelhantes realizados anteriormente no Senegal, em 1966 e 2010, e na Nigéria, em 1977, essa proposta busca trazer para o ambiente das artes, da cultura e da ciência os grandes temas atuais dos africanos e dos afrodescendentes, os quais, consequentemente, foram disseminados para todos os povos.
Confira AQUI a programação do Seminário
Confira os roteiros das mesas que serão apresentadas no evento
Mesa 1: A década dos Afrodescendentes:as artes e a cultura negra
Mesa 2:África/Diáspora: Convergências Possíveis
Mesa 3: Movimentos Sociais, África/Diáspora
Mesa 4: África-Diáspora: Economia, Desenvolvimento e Sustentabilidade
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Fonte: Secretaria de Educação de Minas Gerais - SEE/MG
Foto 1: Arquivo Pessoal/ Iara Félix Viana
Foto 2: Divulgação SEE
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