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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Educação em Valores Humanos, Educação para a Vida


“A educação atual desenvolve as habilidades e o intelecto. Mas de que serve todo o conhecimento do mundo se não se tem caráter? Caráter é a unidade entre pensamento, palavra e ação. O caráter torna a vida imortal. Há quem diga que saber é poder, mas eu digo que o caráter é poder.”


Essas são palavras de Sathya Sai Baba (1926 – 2011), líder espiritual, filantropo e educador indiano cuja mensagem tem inspirado pessoas e instituições em todo o mundo. Ao longo de sua trajetória, Sathya Sai Baba fundou escolas, faculdades, hospitais e instituições filantrópicas na Índia e em outros países, sendo a Educação em Valores Humanos um dos seus maiores projetos de vida. E foi com essa mensagem que Alex Gabriel e Mariana Cruz, servidores da SRE Metropolitana B, foram contemplados na manhã de sábado, 19/11, quando participaram do II Seminário de Educação em Valores Humanos. Em suma, a Educação em Valores Humanos (doravante EVH) é um método que prioriza educar para a vida e não somente para ganhar a vida. Trata-se de um método que visa formar cidadãos que valorizem a união, que respeitem toda e qualquer vida humana e, sobretudo, que empreguem o amor em todos os seus pensamentos, palavras e ações. A EVH tem como base os cinco princípios que fundamentam a consciência humana e se fazem presentes em todas as religiões e filosofias a despeito de raça, credo, sexo e cultura. São eles: Verdade, Retidão, Paz, Amor e Não-Violência.

O evento – que teve como mestre de cerimônia Marcelo Satuf Amaral, que trabalha com o Programa Sathya Sai de Educação há 15 anos – teve início com a apresentação e agradecimentos de Maria Inês Resende, terapeuta com passagem por inúmeras escolas, e Maria do Amparo Paixão Maia, vice-diretora da E.E. Celmar Botelho Duarte (Metropolitana C). Em seguida, a introdução da temática do evento se deu pela pedagoga formada pela UEMG, Gisele Lasmar Satuf, atual coordenadora do Núcleo de BH do Instituto Sathya Sai de Educação e atuante no programa há 23 anos. Discorrendo acerca do nosso atual sistema educacional, Gisele explicou como ele está fundamentado em um determinado sistema de crenças, fazendo necessária uma mudança de paradigma. Segundo ela, da mesma forma que significativas aprendizagens se dão quando reordenamos os nossos conhecimentos e elaboramos uma nova perspectiva, uma mudança de paradigma também pode solucionar muitos problemas da humanidade.

Exaltando a importância da gratidão em lugar da carência, Gisele Lasmar fez uma síntese das características de um ambiente escolar pautado na EVH, que vão desde a organização das carteiras – em círculo, de modo a facilitar o reconhecimento da autoridade sem autoritarismo, bem como possibilitando uma interação mais efetiva entre o professor e o grupo – à metodologia, ao currículo e afins. A ela, seguiu-se a explanação de Rodrigo Cury Bicalho, presidente do Instituto Sri Sathya Sai de Educação do Brasil, advogado formado em 1990 pela USP, em cuja Escola Politécnica atua como professor de Pós Graduação. Em total consonância com o pensamento de Sathya Sai Baba, Rodrigo explicou a importância da EVH partindo do princípio de que a ausência de paz tem sua origem nos valores equivocados, comumente exaltados em nossa sociedade. Tais valores, segundo ele, perpetuam um constante olhar para fora, que, por si só, cria falsas necessidades e ofusca as verdadeiras, as quais só podem ser encontradas se nos reconectarmos com a nossa essência.

A EVH, em sua proposta de formação integral do indivíduo, objetiva justamente auxiliar o discente no resgate de sua origem, a qual somos levados a esquecer já na infância. E ela busca fazê-lo por meio de uma metodologia que conduza o discente pelo caminho do autoconhecimento e autorrealização mediante o desenvolvimento integrado da personalidade e da espiritualidade, independentemente de dogmas. Trata-se do resgate do espírito original da educação, o qual podemos compreender, inclusive, pela etimologia do verbo educar, que tem origem do latim educo, educis, educare, educere, que, literalmente, significa “conduzir para fora” ou “fazer sair”. Nesse contexto, o ofício de educar pode ser concebido como o ato de trazer à tona o potencial humano mergulhado dentro do homem.

Citando o mestre indiano, Rodrigo Bicalho explica que “toda sadhana (disciplina) deveria ser dirigida à remoção da casca, o que libertaria o cerne”. Nesse âmbito, vale ressaltar que à transdisciplinaridade, em detrimento da fragmentação do conhecimento, é característica da EVH, que valoriza a visão global e o estabelecimento de elos entre todas as disciplinas. A transdisciplinaridade difere da interdisciplinaridade à medida que essa interliga métodos de uma disciplina à outra, enquanto aquela é uma visão integrada do conhecimento que amplia as dimensões do conteúdo de cada disciplina para uma compreensão integral da vida. Rodrigo mencionou ainda a urgência de uma comunicação não-violenta em todos os ambientes sociais, defendendo que o desenvolvimento do País só pode se dar através do desenvolvimento dos indivíduos.

Logo, Ticiana Salles e Maria Rita do Nascimento Santiago, contadoras de estórias e professoras da rede municipal de educação, encantaram o público com o teatro de bonecos, que trazia uma bela lição acerca da importância do silêncio para o autoconhecimento. Maria Rita se ofereceu como voluntária para essa apresentação, ao passo que Ticiana faz parte do Núcleo de BH do Instituto Sri Sathya Sai de Educação do Brasil. Em seguida, o público foi presenteado com a apresentação do músico e radialista da Alvorada FM, Edson Aquino, que já participou de vários projetos de educação com música e valores humanos. Pode-se dizer que, mais do que ensinar aos presentes canções a serem executadas junto às crianças no contexto escolar, Edson levou eles próprios a retornarem à infância com sua melodia.

E, como a educação vai muito além da sala de aula, abrangendo ainda toda uma organização (escola, superintendências, secretaria etc.), foi a vez do casal Simon Robinson e Maria Moraes Robinson falarem sobre a aplicação dos valores humanos nas empresas, instituições e afins. Graduados em Economia, Psicologia e com diversas especializações, Simon e Maria são fundadores da Holonomics Educação e autores do livro Holonomics - Business Where People and Planet Matter (ainda sem tradução no Brasil). Para eles, a sustentabilidade e as experiências interpessoais de valor devem ser a base de toda instituição, devendo o trabalho ser encarado não como algo penoso, mas como a oportunidade de lapidação do ego; um sacrifício no real sentido da palavra, do latim sacrificium, como a ação de fazer/manifestar o sagrado, de re-significar alguma coisa, atribuindo-lhe um novo valor. O casal Robinson falou ainda sobre ecoletramento; sobre a neutra energia do dinheiro e a energia negativa que geralmente imprimimos a ele, segundo Sathya Sai Baba, e sobre a sustentabilidade enquanto qualidade de nossas relações. A sua explanação foi encerrada com os dizeres do matemático norte-americano John Nash (1928 – 2015): “Todos ganham quando todos ganham”.

Para os servidores Alex e Mariana, o II Seminário de Educação em Valores Humanos renovou as suas esperanças na educação que tanto acreditamos ser fundamental para a formação de indivíduos corretos, convictos e autônomos.


O Instituto Sri Sathya Sai de Educação do Brasil

Todos os serviços – palestras, seminários, cursos e escolas – oferecidos pelo Instituto Sri Sathya Sai de Educação do Brasil e seus Núcleos por todo o país são gratuitos. O trabalho realizado no Instituto é voluntário, e em sua maior parte não conta com patrocinadores, com exceção das escolas Sai, que contam com o apoio das Prefeituras. Segundo a Organização Sathya Sai, existem mais de 1.200 Centros Sai Baba distribuídos por 126 países. O Brasil dispõe de quatro Escolas Sathya Sai, localizadas nas cidades de Brumadinho (MG), Rio de Janeiro (RJ), Aparecida de Goiânia (GO) e Ribeirão Preto (SP). Todos os participantes, incluindo palestrantes, presentes no seminário em questão lá estiveram voluntariamente. Os presentes receberam certificado de participação.

Saiba mais!

Instituto Sri Sathya Sai de Educação do Brasil: http://institutosathyasai.org.br/.
Escola Sathya Sai MG: http://escolasathyasaimg.org.br/.

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Texto: Alex Gabriel da Silva
Fotos: Alex Gabriel da Silva / Divulgação

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