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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

E.E. José Miguel do Nascimento promove cultura, recreação e empoderamento por meio do audiovisual


Comumente tido como mero entretenimento, o cinema se configura como uma entre as diversas formas de expressão cultural da sociedade industrial e tecnológica contemporânea, de modo que a sua utilização como recurso de ensino-aprendizagem oportuniza enfocar os aspectos culturais, históricos, literários e políticos, proporcionando uma visão integral da Sétima Arte enquanto mídia educativa. E é ciente disso que a Escola Estadual José Miguel do Nascimento viabilizou o projeto “Cineclube – Lapidando Diamantes” em fins de 2016, quando das opções das oficinas ofertadas pelo Novo Mais Educação. Contudo, o projeto só recebeu esse título na primeira quinzena de junho do ano corrente. A escolha do nome se deu ante à percepção de que, mesmo que com algumas dificuldades, havia se conseguido extrair uma essência muita boa dos estudantes, que passaram a demonstrar um crescente interesse em participar, fazer e acertar. Assim, tal projeto visa mostrar aos discentes a sua incontestável importância, bem como a de suas respectivas histórias.

As atividades ocorreram no contexto da escola ao longo do primeiro semestre, contemplando as turmas D, E e F, do turno vespertino, da Educação em Tempo Integral. Focado em proporcionar e incentivar o debate, a interação, o lazer, o senso crítico, o projeto teve como objetivo geral inserir o cinema no processo de ensino-aprendizagem por meio de uma perspectiva multidisciplinar como meio de aproximar o estudante da narrativa audiovisual, uma vez que essa lhe oferece recursos que lhe permitem tornar-se agente transformador da própria realidade.


Não obstante, embora o projeto objetive apresentar o cinema aos estudantes como uma ferramenta cultural que ultrapassa a ideia de entretenimento, nem de longe se pretende abrir mão totalmente desse último aspecto. Segundo a Profa. Tania Nádia Guimarães Cury, coordenadora do Tempo Integral, “essa oficina tem um papel fundamental na educação e formação de opiniões críticas, além de ser um projeto considerado recreativo para os alunos, que quase não têm opção de lazer e entretenimento no local onde residem ou nas imediações da escola”. Também nesse sentido, a professora de matemática Cleonice Ana Braga Soares e o professor de informática Rafael Menks de Melo, ambos colaboradores do projeto, ressaltaram a sua significativa contribuição para a democratização do saber. Segundo a Profa. Cleonice, o Projeto Cineclube veio para mudar a atual realidade dos alunos da periferia de Belo Horizonte, onde lhes é restrito o acesso à cultura e às possibilidades de expressão artística. “A trajetória está só começando. Precisamos de melhores equipamentos para exibição dos filmes e também de capacitação dos professores e alunos para desenvolver a cada dia um trabalho com mais qualidade”, afirma a Profa. Cleonice.

A linguagem audiovisual exerce um fascínio no ser humano, oferecendo aos professores diversos recursos e possibilidades de dinamização, democratização e potencialização do processo de ensino. Entre os alunos, promove o aprendizado transdisciplinar e, por conseguinte, um olhar para si mesmos e para sua comunidade/sociedade. Trata-se de uma contribuição importante para a formação humana dos discentes no que tange às suas ações/reações atitudinais e aos valores humanos vivenciados, num magnífico caminho de uma experiência escolar que conduza à aprendizagem significativa.

No decorrer da implementação do projeto e da troca de ideias, percebeu-se que os alunos participaram de maneira construtiva e atuante. As atividades propostas permitiram um avanço e mudança de comportamento, lhes possibilitando superar algumas dificuldades cognitivas, sociais e afetivas na constante busca pelo conhecimento. Os alunos Andrey Raby Sousa da Silva e Jamile Sousa Santiago, ambos com 12 anos, ressaltaram tudo o que aprenderam com a proposta, inclusive a criação de “vídeos engraçados”, como disse a aluna Jamile. “Eu achei muito interessante porque pudemos aprender coisas novas, como, por exemplo, editar vídeos com fundo verde, o que eu acho muito legal, ou fazer peças com vídeos e coisas do tipo”, comemora o aluno Andrey.

“Em nossa escola, optamos por um Cineclube que privilegie a produção própria dos estudantes, numa vigorosa pedagogia que estimule os mecanismos de criação, colaboração, coletividade e produção autoral”, afirma o Prof. Marconi José de Carvalho, diretor da E.E. José Miguel do Nascimento. Segundo ele, a atual gestão preza pela inovação, sob os pilares estruturais da arte e da tecnologia como matrizes de uma prática pedagógica atrativa e moderna para a contemporaneidade das crianças e jovens. “Pensamos a escola como uma produtora de conhecimento, que vislumbre futuras possibilidades profissionais para a juventude, que seja contemporânea quanto às novas tecnologias a às demandas do mundo do trabalho. Uma escola que, sobretudo, ressignifique a relação escola-estudante-família na busca da qualidade do ensino ofertado”.


Para viabilização da proposta, a escola contou com a dedicação do Prof. Wenderson Chaves de Assis, que assimilou muito bem a proposta pedagógica do Cineclube e elaborou um plano de trabalho em que superou barreiras, agregando uma equipe de professores colaboradores e aglutinando os estudantes para esse novo universo do audiovisual. Nesse sentido, ocorreu, no dia 07/07/2017, a 1ª Mostra de Curtas da E.E. José Miguel do Nascimento, composta por dezenas de curtas metragens de gêneros e técnicas diversas (documentário, ficção, comédia etc.), ocasião na qual estudantes, professores e comunidade puderam assistir à exibição e confraternizar com bate-papos e um cardápio muito saboroso e colaborativo, uma vez que um dos pratos oferecidos foi fruto da doação de comerciantes locais, que atenderam à solicitação feita pelo próprio Prof. Wenderson.

Os discentes Bryan Leandro dos Santos (12) e Ingridy Rodrigues da Silva (13) se divertiram imensamente durante a mostra. Enquanto o primeiro afirma nunca haver experienciado nada do tipo, a segunda confessa haver adorado não só a atividade, mas também o cachorro quente e o refrigerante. “Foi a primeira vez que vi uma coisa dessas e achei muito legal, e espero que tenha mais vezes porque eu gostei muito”, afirma o jovem Bryan.

Passada a 1ª Mostra de Curtas, será lançado o primeiro DVD dos curtas produzidos pelos próprios alunos, que já irá compor a DVDoteca da escola, com modesta distribuição entre os autores, professores, comunidade, autoridades etc. Compõe o projeto da escola a futura divulgação em mostras que envolvam o Cinema-Educação, tais como a CINEOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, que teve a sua 12ª edição em junho. Naturalmente, a escola pretende seguir apoiando as produções autorais de seus estudantes.

Havendo, em 2016, adotado a célebre obra e estilo do artista Piet Mondrian (1872-1944) como inspiração propulsora do Ensino e Aprendizagem oferecidos à comunidade, a E.E. José Miguel do Nascimento adotou neste ano o conceito de Cinema-Educação em sua prática pedagógica. Vale ressaltar que isso se dá em consonância com a Lei 13.006/2014, que acrescenta à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a obrigatoriedade de se trabalhar com o cinema brasileiro no contexto das escolas de educação básica.

Equipe

Direção escolar
Prof. Marconi José de Carvalho

Concepção
Wenderson Chaves de Assis – Professor Cineclube

Colaboradores (equipe Tempo Integral)
Cleonice Ana Braga Soares – Professora de Matemática
Vítor Gustavo da Silva – Professor de Esporte e Lazer
Pâmela Danielle Souza e Oliveira – Professora de Português
Maria Luiza – Professora de Dança
Joyce Poliana Fernandes de Carvalho – Professora de Dança
Gilmar Valadares – Professor de Futsal
Rafael Menks de Melo – Professor de Informática
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Texto: Alex Gabriel da Silva
Fotos: E.E. José Miguel do Nascimento









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