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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Ressignificar o ensino fundamental das últimas séries: uma proposta de agenda para os (novos) gestores.


Desta forma, o processo educativo escolar recoloca a cada instante a reprodução do velho e a possibilidade da construção do novo [...]. DAYRELL, Juarez (Org.). A escola como espaço sociocultural. Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 1996, p. 125.

Partindo do pressuposto de que um planejamento, por ter natureza flexível, deve ser revisto pelo menos a cada semestre, o que se propõe aos novos gestores que (re)iniciam seu trajeto pedagógico-administrativo nas unidades públicas estaduais (após mais um pleito de que participaram ativamente os diversos segmentos de suas comunidades) é a criação coletiva de “estratégias” voltadas especificamente para o êxito da aprendizagem dos alunos do 6º ano ao 9º ano do Ensino Fundamental, ainda neste ano letivo.

Explicamos por quê: esta fase intermediária da Educação Básica tem sido relegada a um segundo plano pelo Sistema Educacional, em que pese as melhorias (verificadas nas últimas décadas) dos indicadores dos anos iniciais/da educação infantil e do acesso ao Ensino Médio.

No entanto, trata-se, agora, urgentemente, de examinar de perto as causas do insucesso dos adolescentes de 11 a 14 anos, que, se não abandonam a escola, repetem os estudos, fato que é comprovado da seguinte forma: se a taxa de retenção nos anos iniciais se situa em torno de 6,8% e a de evasão em torno de 1,9%, nos anos finais observam-se os índices de 12,5% de reprovação e 3,5% de abandono (Censo Escolar/INEP, 2016).

No tocante à distorção idade-série, pode-se falar dos seus inúmeros efeitos danosos, dentre os quais o do estrangulamento do fluxo e o das dificuldades que a escola tem diante de si ao conciliar, na mesma sala de aula, os interesses de um jovem de 15 anos com os de um pré-adolescente de 11 anos.

Desta maneira, ao se estabelecer em torno de uma proposta pedagógica inovadora para esses jovens, de tal forma diferenciada, cada unidade de ensino deverá ter como foco ampliar-lhes as oportunidades de aprender, a fim de reduzir/superar as desigualdades educacionais, haja vista os padrões socialmente diferenciados, afetos a marcadores como renda, raça, gênero, regionalidade, os quais interferem, inequivocamente, na desigualdade de suas aprendizagens.

Neste sentido, o que se espera é que o gestor faça, com sua comunidade escolar, reflexões em torno dos resultados de aprendizagem obtidos neste semestre e construa, no que diz respeito ao Ensino Fundamental dos últimos anos, de forma coletiva, “estratégias pedagógicas” que visem, essencialmente,

a) à mitigação dos impactos psicopedagógicos da fase de transição dos anos iniciais (5º ano) e finais (9º ano) do Ensino Fundamental;
b) à aproximação das culturas dos adolescentes com a cultura escolar;
c) ao enfrentamento/superação das desigualdades étnico-raciais, de gênero/orientação sexual;
d) ao atendimento dos alunos com diferentes ritmos de aprendizagem;
e) ao uso dos resultados das avaliações interna e externa para intervenções pedagógicas em tempo hábil;
f) à oferta de oportunidades de formação continuada aos docentes, dentro e fora do âmbito escolar.

Portanto, quando se trata de enfrentar os desafios educacionais referentes ao Ensino Fundamental das últimas series, a escola deve contribuir, com uma prática diferenciada e com um ambiente escolar mais promissor, em que os alunos se sintam protagonistas, pois, atravessando uma fase existencial complexa, de grandes transformações físico-emocionais, esses jovens estão em busca de sua identidade pessoal.
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Texto: Arlene Borges da Cunha – Pedagoga
Presidente da Comissão Processante / SRE B
Imagem: freepik.com

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