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quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Servidora da B vive experiência máxima no Rio 2016
Olimpíadas Rio 2016... Poder estar presente num evento desse porte, em meu país, e, além disso, trabalhar na arbitragem do Voleibol, foi o maior e mais prazeroso desafio da minha vida. É verdade que tal empreitada exigiu de mim uma grande responsabilidade e concentração máxima em jogos de grande complexidade, mas também me colocou em contato com pessoas do mundo inteiro, de culturas e energias diversas e contagiantes. A experiência me proporcionou parcerias com outros profissionais, novas amizades e o fortalecimento das antigas.
O sonho de trabalhar com o esporte começou lá na infância, quando aprendi a praticar o voleibol. Já adulta, cursei Educação Física na UFMG e, por fim, fiz o curso de arbitragem na Federação Mineira de Voleibol, em 1998, quando o meu sonho atingia o seu ápice. Ao longo dos treze anos de trabalho como professora de Educação Física na E. E. Dr. Simão Tamm Bias Fortes, procurei passar aos meus alunos os valores que a arbitragem havia criado em mim, tais como o respeito ao adversário, a disciplina que o esporte exige, o trabalho em equipe, o espírito esportivo e o “fair play”. E era imensa a minha satisfação quando eu chegava à escola e ouvia de alguns: “Professora, te vi na TV”.
Hoje, é a eles que sou grata, aos meus ex-alunos e colegas de trabalho das escolas estaduais Dr. Simão Tamm Bias Fortes e Bernardo Monteiro, ambas vinculadas à SRE Metropolitana B, sempre meus grandes incentivadores.
Vejo que fui recompensada por toda a dedicação à carreira de arbitragem, às aulas de inglês e pela disciplina nos estudos. A preparação para esse evento exigiu de mim a mesma dedicação, estando eu intensamente empenhada desde 2015 na leitura de documentos (regras, padronizações, tecnologias aplicadas), provas, reuniões e no trabalho prático em competições prévias, tais como as Finais da Liga Mundial Masculina (Rio de Janeiro, 2015), Mundial de Clubes Masculino (Betim, 2015) e Grand Prix Feminino (Rio de Janeiro, 2016).
Tive vários momentos marcantes durante as Olimpíadas, desde a estreia no jogo feminino Brasil x Camarões até a disputa do bronze no masculino Rússia x EUA. Foram 14 jogos de emoções e complexidades diferentes, e, naturalmente, com suas exigências específicas. Dentre eles, os que mais me marcaram foram a semifinal feminina China x Holanda e a grande final feminina China x Sérvia. Este último foi sensacional, primeiro por ser uma final olímpica, e, segundo, pela competência e sabedoria com que a técnica chinesa Ping Lang levou sua equipe à medalha de ouro. E, como se não bastasse aquele turbilhão de emoções, ainda tive a grata oportunidade de assistir a uma cerimônia de premiação, com todo o seu ritual, atletas comemorando e se parabenizando. São imagens para se guardar na memória para o resto da vida.
Por tudo isso, vivenciar algo tão grandioso e esplêndido foi uma experiência única como profissional e como ser humano. Por se tratar de um evento gigantesco e acompanhado pelo mundo inteiro, eu tinha noção do tamanho da responsabilidade que eu tinha nas mãos, mas sentia que estava preparada e dei o melhor de mim. E acredito, de verdade, ser esse o comportamento necessário ao próprio ato de viver: a despeito das dificuldades, estar preparado, acreditar em si mesmo e enfrentar os desafios.
Vânia Maria Magalhães
Professora de Educação Física
E. E. Bernardo Monteiro - SRE Metropolitana B
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Fotos: Vânia Maria Magalhães / Divulgação
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