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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

E.E.Professor Paulo Freire encerra o ano com colação de grau


Devidamente paramentados com becas e capelos, 22 detentos do Complexo Prisional Nelson Hungria celebraram os últimos dias de 2015 com uma conquista especial: a conclusão do ensino médio. A tarde desta sexta-feira (18/12) foi marcada pela Cerimônia de Formatura da E.E. Professor Paulo Freire, que atende, hoje, cerca de 300 alunos no interior da Penitenciária. 

Valdicéia Pavione, diretora da escola, abriu o evento com um discurso emocionado. “Qualquer um pode cometer erros, mas poucos têm coragem para reconhecê-los e se reconduzir ao caminho certo. Aqui dentro, ou lá fora, vocês sempre enfrentarão muitas batalhas, mas estarão munidos do conhecimento e da vontade de aprender mais e mais”, afirmou. 


Na plateia, alunos detentos matriculados nos 1º e 2º anos do ensino médio acompanhavam a cerimônia, saudando com palmas as menções feitas aos colegas formandos. “Nesta mesma semana, a Secretaria de Estado de Educação homenageou os estudantes mineiros que conquistaram medalhas na Olimpíada de Matemática. E é com igual satisfação que participo desta Formatura, porque ela também representa a educação que transforma pessoas e amplia horizontes, tornando possíveis 22 recomeços, 22 novas histórias”, comentou Webster Silvino de Oliveira, superintendente em exercício da SRE Metropolitana B.


Judsônia Curte, diretora de ressocialização da Penitenciária, fez questão de relembrar os primeiros anos de trabalho da escola. “Os professores mais antigos desta unidade de ensino sabem que começamos a plantar em pedras, mas hoje as sementes brotaram. E isso só foi possível porque pessoas acreditaram na ressocialização e vocês, formandos, tiveram vontade de mudar”. 



Para o formando e orador da turma, Felipe Ernane Cleto, 29 anos, essa mudança não apenas emana dos detentos que se dispuseram a estudar em busca de um novo caminho, mas também se encontra no olhar de outras pessoas, que os incentivaram em todo o percurso e agora os encaram com novas expectativas. “Minha mãe está super orgulhosa da minha vontade de aprender. Depois quero fazer faculdade de Tecnologia da Informação, e para isso nem vou precisar de um supletivo porque já consegui vencer o ensino médio”, planeja. 

Charles Alves da Silva, também formando, subiu ao palco, dispensou seu discurso previamente escrito e deixou falar a emoção. “Eu quero dizer só o que estou sentindo e pedir que todo mundo aplauda os protagonistas disso tudo, que são os professores. Eles são nossa força, acreditam na gente, são nossos heróis e merecem todo reconhecimento”, salientou o detento.


A equipe pedagógica da escola aproveitou o evento para entregar certificados aos alunos que participaram da Olimpíada de Matemática 2015 e que conseguiram evoluir na disputa até a segunda fase das provas. 

“Não se trata apenas de detentos, mas, em sua maioria, de jovens presos que um dia regressarão o convívio social e precisam ser preparados para isso. A transformação do mundo depende da transformação das pessoas, e esse processo não pode prescindir da educação”, concluiu Webster. 





 



 








Um comentário:

  1. Muito bacana a reportagem. A ressocialização é o melhor caminho, senão o único, para retomar a dignidade e vontade de vencer as dificuldades da vida que este segmento da sociedade enfrenta.

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