Lembra daquelas aulas em que nos era apresentada uma infinidade de conteúdos que pouca ou nenhuma aplicabilidade pareciam ter em nossa vida cotidiana? Um dos grandes desafios da Educação de nosso tempo é, justamente, fazer de cada disciplina um espaço no qual se oferece ao discente ferramentas para o enfrentamento de situações do dia a dia, desconstruindo, assim, a ideia de escola como sendo algo alheio à realidade do aluno.
E foi justamente nessa perspectiva que um grupo de professores do Ensino Médio da E.E. Newton Amaral, em Betim, idealizou o projeto intitulado “A Matemática divertida e atraente para jovens”, que tem como objetivo apresentar a matemática de forma desmitificada através de atividades criativas, prazerosas, desafiantes e lúdicas, atraindo, assim, a atenção do aluno para aspectos interessantes da matemática e seu ensino, levando-o a uma aprendizagem significativa, potencializando as habilidades matemáticas dos mesmos.
Desenvolvimento
O projeto, que teve como público-alvo os alunos do 2º ano do Ensino médio, ficou por conta dos professores Carine Saraiva Diniz e Anderson Gonçalves e da pedagoga Rejane Alzamora, contando ainda com o apoio dos docentes Adriana Lisboa, Leones Rodrigues, Kenia Aparecida, Cássia Diniz e Regina Ribeiro, com a direção da Profa. Jussara Melo.Realizado durante o segundo semestre de 2017, a execução do projeto envolveu apresentação de vídeos, visita técnica, leitura de obra literária e realização de entrevistas. Tudo isso sempre com foco no desenvolvimento do potencial mental, criativo, intelectual, afetivo, logico e físico de modo harmonioso; na socialização entre os envolvidos; na aliagem entre diversão e aprendizagem; na aproximação da matemática ao mundo do aluno; na compreensão e no respeito às regras; no despertar do prazer pela matemática, desde a análise até a execução dos jogos.
Passada a etapa de apresentação do projeto aos discentes, a segunda etapa do mesmo teve como ponto alto as palestras motivacionais, através das quais o convidado Daniel Magalhães apresentou aos discentes experiências de êxito com o intuito de estimular o interesse pela continuidade dos estudos, bem como de mostrar que o ingresso em um curso superior, inclusive em universidade pública, independe da condição socioeconômica dos mesmos.
Seguiu-se a isso a leitura do livro “O Homem que Calculava”, de Malba Tahan (pseudônimo do professor Júlio César de Mello e Souza), que deu origem a realização de um seminário e à elaboração de resenha.
E a etapa seguinte se deu com uma visita in loco ao “Matemática divertida: Projeto Visitas”, do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Trata-se de um projeto que atende cerca de 4 mil alunos por ano em atividades realizadas dentro do Instituto de Ciências Exatas da UFMG, as quais incluem atendimento prioritário a turmas de estudantes a partir do 6º ano e oficinas de jogos para professores. Nas oficinas, os monitores apresentam jogos matemáticos e discutem detalhes sobre seu funcionamento, estrutura e possíveis adaptações em sala de aula. O projeto promove também palestras, conferências e minicursos acessíveis ao público.
Para o discente Bruno Henrique, de 19 anos (2º1), a visita proporcionou uma nova visão não só da matemática, como também do leque de possibilidades que o curso superior oferece. “Eu achei a visita muito interessante, pois aprendi várias coisas novas que puderam abrir a minha visão e perspectiva sobre o mundo de oportunidades em uma faculdade. A visita trouxe um aprendizado de um jeito diferente de ver a matemática”.
Mãos à obra!
Sempre focado na interação e envolvimento de todos os discentes, o trabalho contou com uma organização muito dinâmica, sendo que algumas atividades demandaram a divisão de grupos, ao passo que outras envolveram cada uma das turmas, separadamente, e outras, tornando ainda maior o desafio, tornou necessária a interação entre todas as turmas do 2º ano. E, por falar em desafios, os mesmos consistiram em: criação de jogos matemáticos antigos, criação de vídeo com duração de 1 minuto relatando a experiência da visita, elaboração de boletim informativo sobre todas as etapas do projeto, criação de uma oficina de sólidos geométricos, modelo tridimensional da molécula de DNA, criação de desafios de raciocínio lógico em matemática, planificação e medidas da quadra da escola, criação de jogos de tabuleiro com materiais recicláveis.E não pense que essa galera ficou sozinha nessa, não! Para a confecção dos jogos, os jovens recorreram àquele a quem, carinhosamente, chamam de Tio Zé. “A visita à casa do Tio Zé foi muito produtiva, pois tivemos o apoio e orientação de uma pessoa que gosta e produz muitos jogos. Tio Zé é um senhor muito atencioso e atento aos detalhes, nos ensinando passo a passo como fazer o jogo e sobre quais materiais poderíamos utilizar”. Conta a jovem Jhennifer Karoline, de 16 anos (2º2), para quem a incursão pela casa do chamado Tio Zé foi além da confecção dos jogos. “Aprendemos muitas coisas. Não só a fazer o jogo, mas também a trabalhar em grupo”.
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Texto: Alex Gabriel da Silva
Fotos: E.E. Newton Amaral
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