“Conhecer a raiz da história e da cultura afro-brasileira é essencial para que o educador conduza de forma eficiente o assunto”, afirma Mara Elizabeth Alves Bragança, diretora da E.E. Maria das Graças Costa, onde essa preocupação foi compartilhada de maneira interdisciplinar ao longo de todo o ano letivo. Docentes de diversas áreas do conhecimento inseriram o tema Consciência Negra no cronograma escolar buscando estabelecer relações entre passado e presente para a valorização de elementos da afro-descendência.
Foi assim que as aulas de História das professoras Aline e Inez estimularam o debate sobre o tema ‘Igualdade’. A participação dos estudantes foi geral. Em outra oportunidade, os alunos montaram uma maleta contendo roupas, figuras, livros, máscaras, instrumentos musicais, entre outras coisas com inspiração nas matrizes africanas. Cada grupo escolheu um objeto, escreveu sobre ele, leu para a turma e organizou cartazes.
“Quando trabalhada de forma dinâmica, a rotina escolar permite que as práticas pedagógicas aglutinem diversos saberes, ensejando reflexões em diferentes contextos de aprendizagem”, comenta Iara Cristina Carvalho, pedagoga da escola.
Todo mundo é igual
Pensando a educação de maneira tão ampla, as aulas de Geografia, por exemplo, ganharam palestras ministradas pelos próprios estudantes sobre o tema ‘Todo mundo é igual’. E a herança africana nas brincadeiras de crianças tornou-se a desculpa perfeita para incentivar os alunos a aprenderem brincando. Nas aulas de Matemática, a professora Fernanda aproveitou uma proposta de reutilização de embalagens para incentivar a elaboração artesanal de brinquedos inspirados na cultura afro.Nas aulas de Português, o estímulo à valorização da igualdade foi inserido na discussão do tema ‘Bullying’. E assim, ao longo do ano, valores como respeito, tolerância, cidadania, autoestima, solidariedade e paz estamparam as paredes da escola por meio dos cartazes criados pelos estudantes.
Aprendemos uns com os outros
Entre os diversos trabalhos realizados nas aulas de História, Língua Portuguesa, Matemática, Inglês, Geografia e Artes, em um deles as frases da aluna Ana Clara, da turma 801, sintetizam a compreensão de saberes essenciais ao convívio em sociedade:
“Todo mundo é
humano. Nisso somos todos iguais. Temos os mesmos direitos. Por que praticar o racismo? Cada um tem uma
cor de olho, uma cor de pele, uma altura, um peso, jeito de andar e de falar. Não devemos achar que somos melhores que os
outros, porque tudo que somos aprendemos uns com os outros”.
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