As caminhadas foram planejadas como culminância sobre todo o trabalho pedagógico realizado nas escolas da Metropolitana B ao longo do ano, no sentido da valorização das matrizes africanas que formam a diversidade cultural brasileira.
Ressignificação
A escola pública tem buscado ampliar as possibilidades de aplicação da Lei Federal nº 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas instituições de ensino fundamental e médio. Trata-se de um trabalho de ressignificação, no sentido de incluir no currículo escolar a participação dos negros na construção do país, não simplesmente como escravos, mas como sujeitos detentores de vontade e propulsores de importantes movimentos de transformação social.“Sendo o Brasil um país multiétnico, a celebração do Dia da Consciência Negra deve ser abordada pela população não em homenagem aos escravos e seus descendentes, mas como reconhecimento da herança advinda dos africanos, dos quais o Brasil recebeu um vasto legado cultural. Em uma visão mais ampla, a data contempla a todos os que lutam por uma sociedade de fato democrática, igualitária e culturalmente diversificada”, comentou Alfredo Ananias Avelar, diretor educacional da SRE B.
Diversidade
Ao longo das caminhadas, que correspondem a cerca de dois quilômetros em cada percurso, os alunos empunharam cartazes produzidos no ambiente escolar. O grupo que partiu da Igreja Padre Eustáquio encerrou o evento no Centro Cultural do Bairro Padre Eustáquio, onde houve apresentações de dança, música e teatro. Já a passeata de Contagem seguiu até a Praça da Glória, onde também foram apresentadas atrações culturais que ressaltaram a riqueza artística produzida pela miscigenação.Webster Silvino de Oliveira, diretor da Superintendência Regional de Ensino Metropolitana B, destaca que, mais do que aprender a valorizar o componente negro na formação da cultura brasileira, é preciso valorizar a diversidade como um todo. “É dever da escola trabalhar para que os jovens de hoje construam a cidadania do futuro com base na busca pela justiça social, utilizando o respeito, a tolerância e a solidariedade como valores essenciais à compreensão do que somos enquanto espécie humana - que não tem qualquer distinção racial, mas é diversa em cores, credos, culturas, orientações e necessidades. Todas as diferenças devem ser respeitadas para que sejamos iguais em oportunidades”, concluiu o superintendente.
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