“Abraçamos a ideia da Orquestra como uma oportunidade de ampliar os horizontes dos nossos estudantes, trazendo para o convívio deles experiências capazes de aguçar a sensibilidade e despertar o interesse por um universo de produção artística com o qual eles não estão habituados”, explica Cacilda Sobreira, diretora da escola e integrante da Orquestra, onde toca clarineta.
Mesmo tratando-se de um projeto jovem, fruto de iniciativas ainda recentes, a incorporação da Orquestra Sinfônica ao ambiente escolar tem descortinado à E. E. Professor Francisco Brant uma série de possibilidades de experimentações artísticas, todas articuladas à proposta de formação musical.
“Atrelado ao desenvolvimento da Orquestra, já contamos com um Coral que enriquece o processo de musicalização dos seus participantes trabalhando vocalização, respiração, uso adequado do diafragma e projeção de voz, por exemplo. Também temos planos de ampliar estas vivências artísticas, aliando experimentações de dança, artes cênicas e declamação de poemas aos ensaios e apresentações da Orquestra”, revela a diretora Cacilda.
Além de fortalecer os laços com a comunidade, atraindo a população do entorno ao conhecimento e participação das atividades da escola, a Orquestra guarda em si benefícios didático-pedagógicos valiosos ao desenvolvimento dos alunos. O aprendizado de música contribui para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, emocionais e sociais, promovendo o bem-estar do indivíduo, a melhora da suas capacidades de concentração, disciplina e equilíbrio.
“Para a escola e seus estudantes, este tempo de contato com a música traz muita alegria e transforma realmente o ambiente, a convivência entre as pessoas. Para os músicos que dedicam uma parte do seu dia a transmitir seus conhecimentos, o maior benefício é a experiência gratificante de abrir novas oportunidades aos jovens”, destaca o Maestro Robson Dias, responsável pelas atividades da Orquestra.
Para David Abrão Pereira da Silva, professor de química da escola e membro da Orquestra, o trabalho musical que vem sendo desenvolvido acaba por facilitar o acesso da comunidade escolar “a um tipo de capital cultural que é diferente do capital acadêmico, oferecendo uma nova maneira de ver a realidade, trazendo novas formas de expressão e contribuindo para uma formação mais humana e sensível”.
O estudante Guilherme Dutra Batista Ribeiro, que cursa o 3º ano do médio na modalidade educação especial, atesta os benefícios das notas musicais que, em acordes eruditos, agora percorrem os corredores e atravessam as janelas da escola. “Participar da Orquestra tocando flauta doce me deixa mais leve. Faz muito bem pra mim e para o meu futuro”, resume.
A arte musical, como expressão do indizível, é, na sociedade administrada, profundo esquecimento.
ResponderExcluirRetomar seu real significado, principalmente na escola, é a mais autêntica possibilidade de sua beleza, posto que (parafraseando T.W.ADORNO) somos quase sempre remetidos á condição de não podermos ouvir o inaudito com os nosso próprios ouvidos, tocar com as nossas próprias mãos o intocado. Parabéns à Escola.Arlene