Na E.E. Santa Quitéria, em Esmeraldas, um intenso trabalho interdisciplinar marcou as comemorações do Dia da Consciência Negra. Professores das mais diversas áreas do conhecimento se organizaram para a coordenação junto aos alunos de um sábado dedicado às culturas africana e afro-brasileira. Criatividade e empenho deram o tom do evento, realizado no dia 21 de novembro com a participação de toda a comunidade escolar.
Para Rafael Rodrigues Reis, diretor da escola, diante da diversidade de contribuições que compõem a matriz cultural brasileira é importante incentivar os alunos a repensarem valores como cidadania e igualdade. “Africanos e afrodescendentes ajudaram a construir, social, cultural e economicamente o país em que vivemos e, ainda assim, têm sido historicamente discriminados em suas raízes e manifestações. E esta distorção só pode ser combatida pela educação”, comenta.
Neste sentido, os docentes envolvidos buscaram estimular entre os alunos a realização de pesquisas e a composição de trabalhos capazes de proporcionar reflexões críticas para a afirmação dos valores culturais afro-brasileiros. Os estudantes se esmeraram em apresentações artísticas com música, dança, teatro e exposições. Organizaram a preparação de comidas típicas como a feijoada e um café da manhã afro. Compuseram um mural sobre palavras de origem africana e sobre a influência da música negra na cultura brasileira.
Conhecimento x preconceito
Entre presente e passado, a história e as contribuições dos negros à composição da sociedade brasileira puderam ser observados na escola por meio de salas temáticas. Criatividade e habilidade de professores e alunos foram usados para simular a entrada dos visitantes em uma locomotiva do conhecimento, onde os andares percorridos no prédio da escola representavam vagões dedicados ao saber e à experimentação.E para enriquecer ainda mais a programação, os alunos fizeram desfiles de beleza negra, shows de street dance e hip hop e participaram de apresentações do Grupo de Capoeira da cidade e de quilombolas da Comunidade dos Arturos “Filhos de Zambi”.
“Buscamos destacar e divulgar a memória cultural do povo negro, porque acreditamos que este é o caminho para estimular o aluno a posicionar-se criticamente diante da intolerância à diversidade, seja por diferenças sociais, de cor da pele, religiosas ou culturais. O conhecimento pode superar o racismo e o preconceito, principalmente quando a busca do saber se concretiza em momentos de trabalho em equipe e interação com a comunidade”, concluiu o diretor Rafael Reis.
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