A Escola vai ao museu... e do museu para o mundo...

O Instituto Inhotim é a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea e botânica do Brasil, abrigando 450 obras de artistas brasileiros e estrangeiros, dentre os quais estão Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Lygia Pape e outros, lá expostos como em nenhum outro museu brasileiro. Tido como um santuário natural, o maior centro de arte a céu aberto da América Latina desenvolve ações e atividades culturais, artísticas e de educação ambiental, oferecendo a estudantes, professores e à comunidade em geral um espaço rico em ensino-aprendizagem com base nas questões ambientais. O mês de novembro foi a vez dos professores da rede estadual de ensino testemunharem esse belíssimo flerte entre natureza e arte, o que foi oportunizado pela parceria firmada entre o Instituto e a Secretaria de Estado de Educação (SEE).

Trata-se do projeto formativo “A Escola vai ao Museu”, que, nos dias 22 e 25 de novembro, levou cerca de 100 professores da SRE Metropolitana B ao local. "O projeto ‘A escola vai ao Museu’ é uma pareceria entre a Secretaria de Educação e o Instituto Inhotim, e proporciona aos estudantes e aos trabalhadores da Educação acesso aos acervos botânico, artístico e patrimonial do Instituto”, explica Fátima Gonçalves, diretora educacional da SRE Metropolitana B. Dessa forma, segundo ela, o instituto mineiro propicia o exercício da imaginação, a percepção, a experimentação da pluralidade e da diversidade cultural e de valores, despertando a consciência crítica e cidadã.

Membros da equipe educativa do Instituto, Eduardo Martins Cunha e Renan Ribeiro Zandomenico ministraram a capacitação e apresentaram ao público de professores o vasto acervo durante a visita. Os professores foram organizados em grupos, cada qual sendo conduzido por um monitor da equipe educativa. Segundo a diretora pedagógica Fátima Gonçalves, a visita guiada, bem como a formação recebida pelos professores nessa primeira etapa do projeto, visa promover o acesso e a valorização dos sujeitos como agentes multiplicadores. “Essas visitas foram momentos de experimentação, de construção de propostas e de discussões, de modo a estimular práticas pedagógicas diferenciadas nas escolas estaduais, tendo em vista o significativo impacto dessas práticas na formação integral dos cidadãos – crianças, adolescentes, jovens e adultos da rede pública estadual de Minas Gerais”, defende a diretora.

Fátima discorre ainda sobre uma segunda etapa do projeto, que compreenderá a participação dos estudantes em visitas guiadas no Instituto. A realização das visitas, segundo Fátima, parte do pressuposto de que pensar a educação, que infere as várias dimensões dos sujeitos, implica assumir um olhar mais amplo para o processo, perceber as diversas oportunidades de aprendizagem e observar as potencialidades educacionais presentes nas relações interpessoais que se dão nos mais diversos espaços. “Nessa perspectiva, temos clareza de que cada vez mais a Educação se torna interdisciplinar, convergindo diferentes áreas do conhecimento no exercício de provocar o olhar para a diversidade de ideias e pensamentos", conclui a diretora educacional, confiante no projeto.

A firme defesa que a diretora educacional da DIRE B faz da formação integral do indivíduo vai, inclusive, diretamente ao encontro do que de fato é o Instituto Inhotim, cuja rara beleza e riqueza cultural parecem revelar uma essência quase que transcendental. E, nesse âmbito, mostra-se válido considerar as palavras de Bernardo Paz, idealizador do instituto que colocou o município de Brumadinho no cenário artístico mundial: “Inhotim não é um museu. Inhotim é um estado de espírito”.

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Texto: Alex Gabriel da Silva

Fotos: SRE Metropolitana B