“Despertar o interesse pela leitura desde os primeiros anos de vida da criança é trabalhar pela formação de cidadãos críticos e participativos na sociedade”, comenta Léa Sílvia da Cunha Parreiras, supervisora de pessoal da SRE Metropolitana B.
A gestora relembra, emocionada, que iniciou sua carreira na Educação trabalhando com a alfabetização de crianças em situação de atraso no desenvolvimento escolar. A experiência de sete anos neste campo a transformou numa defensora da alfabetização no tempo certo.
“Para que o estudante não acumule prejuízos em sua formação, é importante que até os oito anos de idade as crianças adquiram a compreensão do funcionamento do sistema de escrita, evoluindo gradualmente para a fluência de leitura e o domínio de estratégias de compreensão e de produção de textos”, afirma.
Pacto Nacional
Na data em que se comemora o Dia Nacional da Alfabetização, é importante voltar os olhos para o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), compromisso formal assumido pelos governos federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.
No cerne da proposta do Pnaic, o professor alfabetizador tem a função de auxiliar na formação para o bom exercício da cidadania. “O desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas deve ser iniciado logo no começo da educação básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos e a situações de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias”, destaca Léa.
Tempo certo
A alfabetização no tempo certo pressupõe que as crianças tenham contato com as ações próprias da alfabetização entre os seis e os sete anos de idade. Antes disso, a prática escolar, promovida pelas ações de educação infantil desenvolve-se no âmbito da socialização e da aprendizagem lúdica, utilizando brincadeiras, teatrinho e músicas para o desenvolvimento da capacidade de comunicação oral, para o aprimoramento da coordenação motora e apreensão de conhecimentos como cores, formas, consciência corporal, etc.
“É muito importante que não sejam queimadas etapas neste processo de desenvolvimento até a idade certa para alfabetização. Como a escrita é composta por um sistema de símbolos complexos, é necessário que aspectos básicos como concentração, coordenação visual e motora, afetividade, sociabilidade e outras aptidões já tenham sido desenvolvidas e amadurecidas pelas crianças”, reforça Léa Parreiras.
Compromisso de todos
Nesse sentido, a participação da família é fundamental, tendo em vista que a ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de ensino e de aprendizagem. “É possível despertar o interesse pela leitura desde a mais tenra idade. Os próprios pais podem contar histórias, criar narrativas com bonecos e outros brinquedos e permitir que seus bebês tenham contato com livrinhos específicos para cada etapa de crescimento da criança”, exemplifica a educadora.
Referência brasileira em alfabetização inicial, Telma Weisz acredita que “ensinar é criar condições e situações para a aprendizagem”, o que não se restringe ao ambiente escolar, abrangendo toda vivência humana. Nessa perspectiva, as propostas do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa devem ser abraçadas por toda a sociedade como instrumentos fundamentais para a garantia de acesso integral à educação.
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